24 de agosto de 2021
Teste do pezinho: entenda por que é fundamental!
O teste do pezinho faz parte dos exames da triagem neonatal e é é uma das medidas de saúde mais importantes para o bebê. Esse teste chegou ao Brasil no final dos anos 1970 e se tornou obrigatório desde 1992.
O que é o teste do pezinho?
O teste do pezinho é um exame feito entre o terceiro e o quinto dia do nascimento de uma criança a partir de gotinhas de sangue que são colhidas do calcanhar do bebê, e colocados em um papel filtro especial.
A coleta do sangue é feita nessa parte do corpo porque nos calcanhares existem várias vasos sanguíneos, facilitando a coleta de sangue, além de não ser doloroso para o bebê.
Esse exame serve de triagem para identificar doenças genéticas, metabólicas e infecciosas, capazes de prejudicar o desenvolvimento físico e cognitivo do récem-nascido.
Antes de nascer, o feto está protegido da maior parte dos malefícios de uma doença metabólica. Essa proteção vem da placenta, que fornece nutrientes para alimentar a criança e promove também a filtragem de metabólitos tóxicos.
Logo, após o nascimento, quando a criança não tem mais a proteção da placenta, o teste consegue identificar algumas doenças nessa fase, já que a criança não tem mais a proteção da placenta.
O teste do pezinho auxilia na descoberta de algumas doenças, para dessa forma poder ser aplicado o melhor tratamento.
As patologias que podem ser detectadas por meio deste exame ajudam a diminuir ou eliminar lesões que poderiam se tornar irreversíveis com o passar do tempo, como deficiências mentais ou físicas e até mesmo evitar a morte por alguma doença ainda não diagnosticada.
Dessa forma, se faz extremamente necessário, ainda que no histórico familiar não exista qualquer relato de doenças. Vale salientar que mesmo uma criança que tenha nascido sem problemas de saúde, alguns dos primeiros sintomas podem demorar muito tempo para se manifestar.
Conheça abaixo as principais doenças diagnosticadas pelo teste do pezinho.
Fenilcetonúria
Consiste em um defeito metabólico que leva ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina (FAL) no sangue. Além disso, pode surgir de herança genética.
Essa doença gera um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) da criança, caracterizando uma deficiência mental. A doença ainda causa um comportamento agitado, convulsões, odor característico na urina e padrão autista.
Hipotireoidismo congênito
É caracterizada pela incapacidade da glândula tireóide da criança de produzir quantidades suficientes de hormônios tireoideanos, o que resulta em uma redução generalizada dos processos metabólicos.
Sem o diagnóstico precoce e sem o devido tratamento, a criança pode ter o desenvolvimento mental bastante comprometido.
Doença falciforme e outras hemoglobinopatias
A hemoglobina normal deve ter o formato redondo, bicôncavo. Quando apresenta defeito, as hemácias da criança podem assumir uma forma diferenciada, aparentando a lua minguante. A mudança de forma acontece quando a criança está exposta a febre alta, infecções, baixa tensão de oxigênio, etc.
A presença da doença pode ocasionar insuficiências no organismo, como a insuficiência renal, além de prejudicar a absorção de nutrientes pelo corpo.
Deficiência de biotinidase
Essa doença impede o organismo de absorver devidamente a vitamina biotina, presente em alimentos como gema de ovo e castanhas. A deficiência interfere diretamente no desenvolvimento intelectual da criança.
Se manifestando a partir da sétima semana de nascimento da criança, origina distúrbios na pele e neurológicos, como epilepsia.
Fibrose cística
Trata-se de uma doença crônica responsável por atingir diretamente o sistema digestivo da criança. Além disso, atinge também o pâncreas e os pulmões ao causar secreções pulmonares e má absorção do intestino.
Essa patologia tem alta taxas de mortalidade, porem pode ser reduzida com o diagnostico precoce através do teste do pezinho.
Hiperplasia adrenal congênita
Essa doença se manifesta por distúrbios no funcionamento das glândulas adrenais, que se localizam acima dos rins e produzem hormônios importantes, a exemplo do cortisol e da aldosterona.
O distúrbio causa desenvolvimento precoce com manifestação de características masculinas, que surgem, inclusive, no sexo feminino. Em adultos pode levar a baixa estatura, aumento excessivo do peso, problema cardiovascular e infertilidade.
O tratamento precoce evita a desidratação grave, comum na doença e que tem risco de óbito. Além disso, ajuda a diminuir o surgimento dos demais sintomas da doença.
Outras informações importantes
Essas seis doenças acima são identificadas no teste do pezinho mais simples. No entanto, existem teste do pezinho mais amplos, que investigam um maior número de doenças.
Inclusive, essa é a grande diferença do teste oferecido pelo SUS (em comparação aos testes oferecidos nas nossas clínicas particulares, que têm opções de teste que chegam a investigar mais de 100 doenças, como rubéola congênita, doença de Chagas, deficiências vitamínicas, entre outras.
Além disso, existem outros testes, como o teste do olhinho, da linguinha, da orelhinha e do coraçãozinho que permitem a triagem para outros tipos de doença ou deficiência.
Lembrando que o teste do pezinho é obrigatório para todas as crianças que nascem no Brasil. Por isso, é fundamental que realize no seu bebê.
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