Nos primeiros 2 meses de vida, além da imunidade adquirida pelo aleitamento materno, a criança fica protegida de doenças infecciosas, com a vacinação dos familiares e cuidadores, além dos cuidados básicos, como higiene das mãos. A partir da 8a semana de vida, a criança inicia sua rotina de imunização, e já receba a primeira carga de estímulos contra: Difteria, tétano, coqueluche (tríplice bacteriana), poliomielite inativada, Haemophilus influenzae do tipo B (Hib) e Hepatite B (segunda dose). Toda esta proteção foi unificada em uma única picadinha, vinda da vacina “Hexavalente”. Com esta vacina a criança fica protegida de uma série de agravos. A Difteria é um agravo extremamente grave capaz de levar a uma inflamação grave na traqueia da criança e, com isso, muitas vezes, levar a uma “toxemia” grave e necessidade de traqueostomia de urgência. O tétano é uma doença até então letal, e facilmente adquirida com traumas. No passado, com muitas técnicas de manejo do coto do cordão umbilical, bebês estavam sob risco de adquirir precocemente esta doença. A coqueluche é um outro tipo de pneumonia, que leva crianças a crises de tosse tão intensas,que podem gerar asfixia. Adultos não vacinados com a tríplice bacteriana do adulto (dTpa), são os principais transmissores desta doença nesta faixa etária. A paralisia infantil, nome popular da Poliomielite, já assolou as crianças brasileiras levando a sequelas incapacitantes das pernas e do quadril, com graus variáveis de paralisia. As doenças causadas pelo Hib eram extremamente comuns e graves, em especial as otites (infecções nos ouvidos) e, certamente, a meningite. Com o aumento da cobertura vacinal essas doenças foram aos poucos reduzindo de frequência em nossa população. A Hepatite B é uma doença viral, potencialmente grave para bebês, com risco de causar hepatites muito graves, inclusive com perda do fígado. Junto do Hib, o Streptococcus pneumoniae (Pneumococo), é o agente de maior prevalência em pneumonias, otites e graves meningites bacterianas. A vacina veio evoluindo ao longo dos anos e, sempre aumentando a quantidade de sorotipos “cobertos”. Viu como 2 picadinhas são capazes de proteger seu bebê. Resta agora a vacina contra o Rotavírus. Das diversas causas de diarréia que um bebê poderia ter, aquelas causadas pelo rotavírus certamente são as com alto potencial de levar crianças a quadros graves de desidratação, desnutrição e óbito por doença diarreica aguda. Esta vacina deve tem como característica dia para começar e terminar, o que não é tão comum entre os imunizantes. Para que a proteção seja o mais ampla possível, a rede privada conta com as vacinas pentavalentes.
Todas as crianças a partir das 8 semanas (2 meses) de vida.
Hexavalente e Pneumocócica, seringas individuais intramusculares. Rotavírus, via oral.
Todas: dor no local da infusão, criança ficar mais amuada, mamar menos, vermelhidão local. Hexavalente: tem pouquíssimas reações, sendo do local, endurecimento, inchaço e vermelhidão. Na Pneumocócica, além destas, há ainda o aparecimento de uma lesão avermelhada e grande ao redor do local de aplicação, além de poder aparecer manchas avermelhadas na pele e distante do local de aplicação. Além disso, a febre pode ocorrer em ambos imunizantes. Na vacina do Rotavírus, por se tratar de uma vacina de vírus vivo atenuado, pode causar constipação e, mais comumente alteração nas fezes da criança, como uma diarréia. Nesta fase é muito importante quem tiver contato com as fezes da criança, ter atenção redobrada com a higiene das mãos. Não há necessidade de nenhum cuidado especial com as fraldas (como incinerar), basta apenas acondicionar em lixeira e evitar acúmulo. Os efeitos podem aparecer em até 72 horas da aplicação das doses e durar também em torno de 3 dias. No caso da rotavírus, pode chagar até 5 a 7 dias.
A principal contra indicação da Hexavalente é idade superior aos 7 anos, além da rara reação de encefalopatia nas vacinas que contenham o componente pertussis (coqueluche). Na vacina Pneumocócica, a contra indicação seria apenas algum tipo de reação grave em dose anterior, o que é raro e aqui estamos tratando da primeira dose. Nesse esquema de 2 meses, a vacina mais complexa certamente é a do Rotavírus. Apesar da diarréia não ser uma contra indicação, alguns detalhes são importante: 1) a primeira dose deve ser dada até 3 meses e 15 dias e a última dose, obrigatoriamente até 7 meses e 29 dias. 2) com deficiências imunológicas por doença ou uso de medicamentos que causam imunossupressão; com alergia grave (urticária disseminada, dificuldade respiratória e choque anafilático) provocada por algum dos componentes da vacina ou por dose anterior da mesma; e com doença do aparelho gastrintestinal ou história prévia de invaginação intestinal. Nestes casos, o pediatra que acompanha a criança deve formalizar a imunização. Malformações do trato gastrointestinal com alto risco de intussuscepção também são contra indicados. Apesar de ser uma vacina oral, ela pode ser administrada por sonda enteral, desde que o motivo da sonda não esteja relacionada à má formações do intestino.